domingo, 5 de setembro de 2010

- Pelo jeito que ele fala, ele ainda sente sua falta.
- Eu sei... e por mais que não pareça, eu também sinto falta dele.
- E porque não fazem as pases?
- É complicado.. Eu e ele somos como dois predios, entende? Hum, eu e ele somos como duas prédios, isso mesmo, torres gêmeas, que tal? - sorri - para sermos importantes para o mundo sempre precisamos um do outro, mas afetamos muito a nós mesmos, eramos perfeitos juntos, mas eramos perfeitos para quem estava do lado de fora, que nos via ali, naquela impressionante e perfeita imagem para quem nos olhasse, mas por dentro, entre nós dois nada estava funcionando bem, até que um dia desmoronamos, partimos em pedaços, pequenas particulas que não se encaixavam mais, vimos tudo aquilo no chão e eu acho que foi culpa de nós dois por não conseguirmos salvar um ao outro, esse prédio não é só eu ou ele, é o nosso coração, o meu coração e o dele, nós insistimos tanto até conseguirmos quebrar os corações, aqueles que julgamos serem os mais importantes um do outro e agora, ele está lá, eu sei, eu vejo que ele sofre assim como eu, apesar de não demonstrar pra todos, também sofro. Mas ele está lá, firme e forte reconstruindo seu prédio, com os melhores materiais para que quando outra pessoa entre nele, não corra risco de fazer desabar e eu... eu estou aqui, com o meu prédio em pé já, por esse motivo não parece que estou mal, porque eu já reconstrui tudo que tinha que ser reconstruido.
- Mas então onde você esta mal nessa história? Afinal você já colocou os pedaços do seu coração no lugar.
- Falando assim até parece ser tão simples.. é uma pena que não é. Ele está lá, reconstruindo tudo com o melhor material que ele consegue, para que suas vigas sejam firmes e que seu prédio nunca seja abalado ou desmorone mais uma vez, já eu contrui o meu com qualquer material, eu tinha pressa de terminar logo e reconstruir todo esse prédio para que todos vissem como eu estava bem, eu não procurei caprichar nem nada, e meu prédio está assim, sem estruturas firmes ou algo que mantenha ele em pé com segurança, ele vai poder receber as pessoas em seu coração sabendo que elas não vão derruba-lo e não vão se machurar dentro dele, já eu estou construindo uma muralha, um muro firme e forte em volta do meu prédio, para que ninguém possa adentrá-lo, pois eu sei que sua estrutura é fragil e não aguentaria qualquer pessoa lá... e essa é a minha diferença e a dele, enquanto ele poderá voltar a amar, eu estarei aqui, vendo e observando ele amar e sentindo falta de ser a pessoa mais importante na vida dele, enquanto ele continua sendo a pessoa mais importante na minha... mas só de vê-lo feliz está ótimo pra mim, não vou arriscar entrar em seu prédio novamente para derrubá-lo.

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