terça-feira, 5 de outubro de 2010


As vezes eu não sei o que seria pior, te ver e não poder te tocar ou nunca ter te conhecido.
O terrivel é lembrar todas as noites que eu te dei colo quando o mundo te fazia mal, eu limpei suas lagrimas enquanto as outras nem sabiam que você chorava. Eu tentava te fazer sorrir enquanto as outras só te magoavam. Eu andei ao seu lado enquanto todos os outros te olhavam de maneira maldosa.
Mas agora você está ai, nossas vidas e jeitos são tão diferentes, eu uso óculos, carrego vários livros em meus braços e você joga bola, desejado por meninas... seria engraçado se não fosse tão trágico, ver minha paixão de infância do outro lado do corredor porém aparentemente do outro lado da minha vida, isso me lembra aqueles filmes americanos. Crescemos na mesma rua, eu tentava ser madura e colocar um curativo em seus machucados, tampar suas feridas e te motivar a se tornar uma pessoa melhor. Atravesso o corredor torcendo mais uma vez para que segure meu braço e me dê ao menos um "Oi", sinto seu perfume exalar em meu olfato e causar tremores em minha pele, mas nada acontece, eu passo mais uma vez em direção a sala e é assim, você ai, eu aqui, e só.

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